Ouvi dizer que cada pessoa tem um dom, uma missão, entretanto ainda me questiono sobre meu dom, qual minha missão aqui nesse mundo?! O tempo está passando, e parece está passando rápido demais. Se eu fechar os olhos posso ver um filme da minha vida, uma bonita história, cheia de erros e alguns acertos. Pareço ser bem velha falando dessa forma, mas apesar de meus 24 anos apenas sinto que já vivi tantas emoções. Sou intensa em tudo que penso, em tudo que sinto, em tudo o que faço. Ás vezes só queria voltar no tempo e fazer tudo diferente, choro, e me conformo que isso não é possível, então só peço a Deus uma segunda chance. São tantos sentimentos, lembranças, cicatrizes que me fazem enlouquecer por vezes. Ainda lembro daquela menina que se auto-flagelava achando que tudo que conspirava contra ela era culpa dela mesma, então ela trocava uma dor pela outra. Aquele olhar perdido, aquela dor e solidão, eu jamais irei esquecer. Para mim Deus é o meu primeiro amor, meu Pai querido e sem Ele jamais nada iria conseguir, mas não vou negar do orgulho que tenho de mim mesma por ser quem eu sou hoje, uma menina-mulher, que não perde a esperança, que busca sempre ser otimista, que tem fé, que sorrir ao ver um pôr-do-sol, que mesmo sozinha, aprendeu a ser feliz consigo mesma, mesmo nos momentos de solidão e carência, um alguém que apesar de ter sido tão machucada, ferida, enganada e rejeitada, não deixou de acreditar nas pessoas e especialmente no amor. Não me coloco como vítima, talvez minhas palavras transpareçam isso, sou um ser humano, já errei, sou responsável pelos meu atos e suas consequências, sei que também já magoei e devo ter feito mal á alguém devido as minhas imperfeições, mas isso faz parte da vida, um eterno aprendizado. Acredito na premissa que cada pessoa que passa em nossas vidas, cada despedida, cada sorriso, cada lágrima tem o propósito de nos ensinar algo, mas somos nós que escolhemos se queremos evoluir ou nos tornar seres amargos e ruins. Eu escolhi ser um alguém melhor, eu optei pelo perdão, eu resolvi seguir em frente. A vida é muito curta, e acredito que até o sofrimento tem seu tempo certo. Resiliência, é isso que desenvolvi, uma boa resiliência. Lógico que tenho medos, fraquezas, mas percebi que nós mesmo que nos limitamos a sermos felizes. Quando penso no mundo, me entristeço. É tanta pobreza, tanta miséria, tantas perdas, crianças em orfanatos ou em meio a violência, que me questiono em como ter uma boa resiliência em casos como esses. São tantas perguntas sem respostas. Eu vejo tanta futilidade, pessoas egoístas e ruins, vejo o poder na mão de poucos, o sofrimento de tantos, até eu mesma já me ludibriei tantas vezes com coisas fúteis, que eu não entendo a real existência desse mundo. São tantas pessoas, tantas culturas, tanta diversidade e um problema universal: - A falta de amor. Ás vezes fico cansada, tão cansada de tudo isso. Mas acredito que no final o amor, o verdadeiro amor, é o antídoto para as minhas dores, para as dores do mundo. Fico grata a Deus por tudo que sou e o que tenho. Não serei hipócrita, almejo tantas coisas: - Uma carreira profissional sólida, uma boa condição financeira, bens materiais, mas acima de tudo peço a Deus saúde e amor, peço a Deus para ser boa o suficiente para praticar o amor ao próximo, de poder me doar sem esperar nada em troca para aqueles que precisam de amor e que haja uma recíproca verdadeira. Sei que um dia irei realizar meu maior sonho, o de ser mãe, e poder criar um outro ser que também acredite no amor e no bem, e os pratique. Enquanto isso? Vou seguindo a vida, como uma correnteza, sigo o fluxo, e pretendo dar o melhor que há em mim. Nascemos com uma natureza boa e outra ruim, qual você quer que aflore? Eu escolhi o bem, e com um sorriso na face vou mantendo a fé. (R.P.)